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A necrópsia de aves selvagens é um procedimento utilizado pelos centros de recuperação com o objectivo da determinação da causa de morte. Em simultâneo, podem ser obtidas informações adicionais, para fins científicos, como, por exemplo, sobre as dietas das aves, a partir da recolha e análise dos conteúdos estomacais ou para monitorização de ameaças e problemas, através da recolha e análise da presença de tóxicos ou doenças, em órgãos como o fígado, cérebro ou outros.
A técnica utilizada poderá variar em função dos objectivos da necrópsia, mas de uma forma geral passa por diferentes fases. Inicialmente, é recolhida toda a informação que exista associada ao cadáver e são realizadas as fotografias e recolha de biometrias. Posteriormente, é realizado um exame externo minucioso à plumagem e procede-se à palpação de todas as estruturas ósseas acessíveis externamente, sendo também observadas outras estruturas, como a cavidade bucal, ouvidos, olhos, cloaca, glândula uropigeal e, ainda, patas e garras.
O exame interno é realizado após incisão central ao nível da quilha, que se prolonga, cranialmente, até à boca e, caudalmente, até à cloaca. Após remoção da quilha, torna-se possível o acesso aos órgãos da cavidade toraco-abdominal, que são avaliados e podem ser recolhidos para análises posteriores. O conteúdo gastro-intestinal também é avaliado, para poder ser estudado, tanto para se perceber de que é constituído, como para detecção de eventuais anomalias (ex: corpos estranhos), parasitas ou lesões provocadas por agentes infecciosos ou tóxicos.
A necrópsia pode ser uma ferramenta essencial para monitorização de problemas de conservação, sendo, por isso, um contributo útil dos centros de recuperação, mas também pode ser determinante para uma melhoria progressiva do trabalho dos centros, porque pode permitir a detecção de erros que tenham ocorrido durante o maneio ou procedimentos clínicos.
Por outro lado, para além da recolha de amostras referidas anteriormente, em paralelo ou após a necrópsia propriamente dita, podem também ser recolhidas partes das aves que podem ser utilizadas, posteriormente, seja para apoio à recuperação de outras aves (ex: penas para enxertos), para a realização de estudos (ex: partes da plumagem para determinação de idade e sexo) ou até para fins pedagógicos (ex: partes do esqueleto para realização de acções de formação).
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Legendas das fotografias:
Conjunto 1: a: cadáver de mocho-galego numa sessão de necrópsia; b: exame da cavidade oral; c: recolha de biometrias; d: exame externo. Conjunto 2: a: incisão na quilha; b: incisão nos músculos peitorais; c: abertura da cavidade toraco-abdominal; d: aspecto da cavidade toraco-abdominal. Conjunto 3: a: exame externo do crânio; b: incisão na pele da zona do crânio; c: exposição do cérebro. Conjunto 4: a: aspecto do interior do crânio; b: sistema digestivo do mocho-galego; c: sistema respiratório do mocho-galego; d: coração.
STRI - Rapinas Nocturnas de Portugal 